Em Batman - O Cavaleiro das Trevas, Bruce Wayne, aos 55 anos, está aposentado e tenta levar o que mais se aproxima de uma vida comum, mas a onda de crimes em Gotham City não deixa.Inconformado, ele passa a impedir um crime aqui e outro ali, sempre em meio às trevas. Mas não adianta, em pouco tempo a notícia se espalha: o Batman voltou à ativa!O problema é que os super-heróis estão há dez anos proibidos de agir em público pelo governo norte-americano. E o mundo vive sob o medo de uma guerra nuclear entre Estados Unidos e União Soviética (a obra é de 1986). Agora, o Morcego terá de lidar com o problema que arrumou - e ele adora isso.O Cavaleiro das Trevas é para muitos (inclusive este resenhista) a melhor história do Batman em todos os tempos. Frank Miller pegou um personagem que há mais de dez anos andava sem-graça, esquecido, ridicularizado, até, e o transformou - de novo - num ícone da cultura pop.Com um roteiro envolvente, reconduziu o Morcego às origens, deixando-o soturno, sombrio, anárquico e muito violento, sempre com o contraponto da falta de agilidade de um quase sexagenário.Miller fez mais do que isso: ele definiu como o Batman passaria a ser a partir dali. E o fez com tanta competência que, até hoje, mais de duas décadas depois, o "modelo" do Cavaleiro das Trevas é o resgatado por ele, com apenas um pequeno retoque aqui ou ali.Não bastasse isso, o autor "sugere" a morte de Jason Todd, o segundo Robin, três anos antes de ela ocorrer; dá um enfoque diferente à relação do herói com o Duas-Caras; retrata com muita felicidade os efeitos do tempo sobre o Arqueiro Verde e a Mulher-Gato; cria um novo parâmetro (que seria muito copiado posteriormente) para o relacionamento do Morcego com o Superman; e, principalmente, tem peito para matar o Coringa.E tudo com uma arte ágil e uma narrativa sensacional (o recurso das televisões foi outra coisa que virou "moda" nas HQs). E tudo muito bem complementado pelas cores sóbrias, na medida certa, de Linn Varley.
Boa leitura:
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