terça-feira, 30 de novembro de 2010

Shade -o Homem Mutável

Por: João deyvid;



O bom filho a casa torna, após um longo período sem postagens de quadrinhos (questão de tempo), venho aqui com uma preciosidade que ofereço como presente –ou indulgência-aos visitantes periódicos e também os desavisados. Há uns dias após reler alguns arcos de Invisíveis (todas edições do volume 2) do Morrison tive uma epifania, um “lampejo eletro-psíquico ” (nem sei se existe tal termo) pensei : “O que vou ler agora?” as idéias propostas pelo autor sacudiram tanto meu cocuruto que meu cérebro parecia uma gelatina com algo vivo a se mover e tentar emergir . Qual HQ preencheria tal lacuna que invisíveis número 9 deixou em minha cabeça?. Foi então que vi entre meus scans uma série antiga do Milligan que ainda não tinha parado pra conferir: Shade -o homem mutável , um trabalho em parceria com Chris Bachalo, que tem um toque de surrealismo e um ar nonsense, o que posso dizer uma bela obra de arte que leva o leitor a uma montanha russa de idéias bizarras e imagens tocantes.

Quem nos guia nesse turbilhão é Shade um viajante de outro mundo que vai parar na Terra no corpo de um psicopata prestes a ser executado na cadeira elétrica, Shade se envolve com uma alcoólatra que teve seus pais assassinados pelo dono do corpo que agora habita. Os dois entram numa aventura “psicodélica” para enfrentar a “Loucura” chamada de “Grito americano”, um tipo de epidemia cósmica que traz para a realidade pensamentos insanos de quem é contagiado pela mesma; assim tem início o primeiro arco e vos advirto que a coisa só melhora, tanto na qualidade do texto, quanto na arte da revista, a HQ tem um estilo bem singular e o roteiro te leva a lugares bem incomuns como, por exemplo, uma batalha contra os clichês macabros de Hollywood e estátuas de presidentes mortos, é satisfação garantida, quem acompanhou Invisíveis, Umbrella Academy e Doom Patrol com certeza vai ter esta como uma de sua preferidas. No Gibiscuits tem Shade para download em cbr:
http://gibiscuits.blogspot.com/search/label/Shade
Boa leitura!!!

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Entendendo o Dreadlock

Por: João Deyvid


O Dreadlock é uma forma de se manter os cabelos que se tornou mundialmente famosa com o movimento Rastafari, consiste em bolos cilíndricos de cabelo que aparentam "cordas" pendendo do topo da cabeça.
Ao contrário do que se pensa, os DreadLocks não nasceram com o movimento Rastafari (Os Rastafaris não cortam ou penteam os cabelos por motivos religiosos, baseando-se em citações bíblicas) e com Bob Marley, o uso de dreads é tão antigo que se torna impossível datar corretamente quando começaram a ser utilizados.
Mas o que se sabe é que povos que habitavam a região da Índia foram provavelmente os primeiros a se utilizar dos locks principalmente por uma questão de praticidade: os cabelos tornavam-se longos e era extremamente difícil corta-los, então, deixavam que se enrolassem e com o óleo natural do couro cabeludo torciam os cabelos para que conservassem uma forma cilíndrica, que diminuía o volume e tamanho do cabelo original. Porém os Dreadlocks tornaram-se famosos com o movimento rastafari.
Os Rastafaris não cortam ou penteam os cabelos por motivos religiosos, baseando-se em citações bíblicas.
Ao contrario do que muitos pensam os dreads não são anti-higiênicos, manter os dreads limpos é coisa fácil, é só não deixar os cabelos úmidos após lavar, simples assim.
Os não simpatizantes dos dreads são na maioria pessoas que não conseguem apreciar algo que fuja dos padrões de beleza impostos pelo venenoso Eurocentrismo vigente nesse mundo “ocidentalizado” e “quadrado”.
Ademais nos libertemos desses conceitos estéticos impostos. Existem várias formas de se "dredar" o cabelo, aqui vão algumas:

Tradicional

Este é o meio mais difícil de se fazer dreads, exige muita dedicação e o resultado costuma não se equiparar com o que se obtém através das outras formas. É recomendado que se tenha o cabelo crespo típico do negro africano, outros cabelos dificilmente manterão a forma. O Processo consiste em ir enrolando o cabelo com a palma das mãos formando os dreads. Este é o método utilizado pelos Rastafari.

Com cera

Este é seguramente o mais utilizado nos dias de hoje, funciona com qualquer tipo de cabelo. É necessário que o cabelo já tenha um certo comprimento, em torno de 10 cm, mas recomenda-se mais. O processo consiste em dividir o cabelo em setores de cerca de 2 cm, e pentear cada setor da ponta para a raiz com um pente de ferro visando embolar os cabelos. Depois de embolados todos os dreads aplica-se cera de abelha para fixá-los. Uma manutenção freqüente torna-se necessária para que os cabelos não soltem, que consiste em aplicar cera periodicamente e enrolá-los com a palma da mão.

Com agulha

Este processo é muito dolorido, mas resulta em dreads mais compactos e limpos. Divide-se o cabelo e penteia-se da ponta à raiz, como no processo com cera. Daí "costura-se" o cabelo com uma agulha de crochê. Algumas pessoas depois disso ainda aplicam a cera. Uma manutenção freqüente é muito recomendada, que consiste em re-costurar os cabelos com a agulha quando soltam alguns fios e enrolá-los com a palma das mãos. O que define o resultado dos processos, porém é a manutenção. Costuma-se dizer que os dreads ficam bons quando "travam", ou seja, quando não é mais possível solta-los. É recomendado lavar os cabelos regularmente com shampoo sem resíduos ou sabonete de coco, e depois secá-los muito bem com secador e ao sol. O comprimento do cabelo geralmente se reduz após a aplicação dos dreads, o quanto depende do tipo de cabelo.



Fonte de pesquisa: pt.wikipedia.org, www.rastafari.org.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Zumbi e a Consciência Negra!



Se pensamentos racistas puderem ser neutralizados para se compreender o feito de Zumbi, isso pode sinalizar o início de uma era em que ter descendência africana seria uma honra.

A história de Zumbi vai muito além de uma simples reação contra o racismo. Por mais de 80 anos Palmares foi uma entidade autônoma. Com preceitos políticos africanos, os líderes de Palmares governaram milhares de pessoas. Trabalhando com situações difíceis, há mais de 300 anos, foram heróis. Tiveram a oportunidade de governar, se organizar, socializar e procriar num sistema de vida social maduro.

Social e culturalmente, os Estados Unidos há muito tempo decidiram abandonar qualquer ilusão sobre nacionalidade comum e adotaram o seguinte sistema: pessoas das raças “branca” e “negra” vivem em culturas diferentes, com diferentes padrões de casamento e amizade – exceções acontecem, mas não em número suficiente para alterar práticas culturais. Para o americano branco, fazer parte da “raça branca” é muito mais importante do que ser americano. Um francês “branco”, nos Estados Unidos, seria mais bem aceito pelos americanos brancos do que um americano negro.

Embora esse sistema cause problemas para ambas as raças, ele tem tido o efeito de estimular uma mentalidade combativa entre os negros. Protestos em massa; um alto grau de consciência negra; e o firme propósito de chamar a atenção para a injustiça racial praticada pelos brancos, permitiram a ascensão do negro americano. Esse posicionamento fez com que muitos negros alcançassem um melhor padrão de vida, melhor até do que em outros países. No Brasil, a filosofia “democratizante” só serviu para tornar a consciência negra mais difusa.

As muitas variações de níveis de cor tornam difícil definir se a pessoa é branca ou negra, diferentemente do que ocorre nos EUA. Aqui, o mulato encontra “saídas” que o impedem de ter uma consciência negra. Por ter a pele clara, sua descendência africana não é tão levada em conta quanto nas terras do Tio Sam. Certamente, o dilema brasileiro é causado pelo fato de que atos e práticas degradantes contra pessoas de descendência africana sempre foram comuns. Podem até estar aumentando, com maior competição, mais imigração da Europa, influência cultural dos Estados Unidos e uma tendência cultural que força todos a serem brancos. Está cada vez mais difícil ignorar o preconceito com um comentário leve e bem-humorado de que a classe e não a raça é o que importa. As escolhas nesse dilema parecem ter elementos insatisfatórios. Dar a outra face nunca resultou em tratamento melhor da parte de pessoas racistas. Por outro lado, protestos de negros embora tenham potencial para melhorias, fazem muito pouco para promover igualdade entre as pessoas. A melhoria para os negros americanos tem sido acompanhada de preocupação racial, alienação cultural e bastante tensão entre negros e brancos.

Atualmente, tanto nos EUA quanto no Brasil existem pessoas que são racistas devotos e também aqueles para quem a descendência africana representa uma doença. Se as influências desses dois tipos de pensamento puderem ser neutralizadas pelo tempo necessário para se compreender o feito que Zumbi e outros representaram, isso poderia sinalizar o início de uma era no Brasil, em que ter descendência africana seria uma honra.


fonte: http://racabrasil.uol.com.br/Edicoes/106/artigo38880-1.asp

terça-feira, 14 de setembro de 2010

A indústria vs Você

Clique na imagem

A função da Indústria é ferrar você!!!

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

A questão Étnica e o racismo hoje!



Por: João Deyvid;


Aqueles que me conhecem ou mantém contato comigo via web sabem que um tema recorrente de minha verborragia é a questão étnica, as relações etno-sociais, o Racismo e suas implicações, políticas, psicológicas e etc, esta discussão se mostra redundante em meu diálogo em decorrência de sua importância e do peso que esta sem sobre a sociedade, que na maioria das vezes fecha os olhos para esta problemática, é mais cômodo fingir que a questão da discriminação em nosso País é social, ou fruto de um sentimento de inferioridade do individuo negro, porém para aqueles que dedicam parte de seu tempo para um estudo sociológico, ainda que tenha como ferramenta de estudo o senso comum, é visível um sistema excludente, segregador e explorador em nossa sociedade que tenta manter a sociedade negra estagnada e a margem dos direitos da pessoa humana, mas para adentrarmos no viés dessa discussão, temos que fazer alguns esclarecimentos:

Racismo o que é?

O racismo é um preconceito contra um “grupo racial”, geralmente diferente daquele a que pertence o sujeito, e, como tal, é uma atitude subjectiva gerada por uma sequência de mecanismos sociais.
Um grupo social dominante, seja em aspectos econômicos ou numéricos, sente a necessidade de se distanciar de outro grupo que, por razões históricas, possui tradições ou comportamentos diferentes. A partir daí, esse grupo dominante constrói um mito sobre o outro grupo, que pode ser relacionado à crença de superioridade ou de iniquidade.
Nesse contexto, a falta de análise crítica, a aceitação cega do mito gerado dentro do próprio grupo e a necessidade de continuar ligado ao seu próprio grupo levam à propagação do mito ao longo das gerações. O mito torna-se, a partir de então, parte do “status quo”, fator responsável pela difusão de valores morais como o "certo" e o "errado", o "aceito" e o "não-aceito", o "bom" e o "ruim", entre outros. Esses valores são aceitos sem uma análise onto-axiológica do seu fundamento, propagando-se por influência da coerção social e se sustentando pelo pensamento conformista de que "sempre foi assim".
Finalmente, o mecanismo subliminar da aceitação permite mascarar o prejuízo em que se baseia a discriminação, fornecendo bases axiológicas para a sustentação de um algo maior, de posturas mais radicais, como as atitudes violentas e mesmo criminosas contra membros do outro grupo.
Convém ressaltar que o racismo nem sempre ocorre de forma explícita. Além disso, existem casos em que a prática do racismo é sustentada pelo aval dos objetos de preconceito na medida que também se satiriza racialmente e/ou consente a prática racista, de uma forma geral.

Negro Racista?

O indivíduo Negro não pode ser racista, existe aí uma impossibilidade etimológica, um negro (até em auto-defesa contra a sociedade racista ) pode insurgir-se contra os brancos, mas aí teríamos um caso discriminatório e não racista, pois para cometer racismo (não confundir com o ato de discriminação) o sujeito da ação deve estar no topo da escala hierarquíca socio-histórica (como o branco) e do ponto de vista histórico, cultural e social não há efetivamente nenhuma probabilidade de que brancos no Brasil sofram racismo, na definição de racismo vemos que este deve ser seguido de uma série de mecanismos sociais, tal qual a doutrina católica medieval de que o negro não possuía alma, teorias sobre o baixa intelectualidade dos negros, demonização da cultura africana entre outros vários exemplos de ferramentas usadas para criar o afropessimismo (visão pessimista sobre os negros, seus costumes, estética e tradições, teorias criadas para manter o domínio branco em todas as camadas do convívio social e que perdura até hoje).

O mito da democracia Racial

O mito da democracia Racial foi criado pela elite Brasileira como forma de dominação, e arma para manter os negros e a sociedade em geral conformada com a situação do negro, desde o primeiro encontro entre o colonizador português, o escravo africano e o nativo indígena, a fábula das três raças é contada de geração a geração, propagando o fato de que o povo brasileiro é resultante da mistura entre brancos, negros e índios. Essa ideia traz em sua essência a crença de que o Brasil, fruto desta mistura, é um lugar onde as relações ocorrem de forma harmônica e pacífica, em um verdadeiro éden de respeito racial e humano.
Segundo essa tese, a partir da mistura da raça branca (superior) e da raça negra (inferior), haveria um melhoramento da genética dos brasileiros. Este ideal de branqueamento foi incutido na sociedade brasileira ao longo de toda sua história, de tal maneira, que levou o próprio negro à sua auto negação, levando a uma fragmentação das identidades raciais no país.
essa situação possibilitou às elites brasileiras, que comandavam o país, difundir a idéia de que o Brasil era livre de preconceitos e discriminação racial. As circunstâncias histórico-sociais apontadas fizeram com que esse mito manipulasse os mecanismos sociais através da defesa dissimulada de atitudes, comportamentos e ideais aristocráticos da raça “dominante”.
O mito da democracia racial possibilitou que uma das formas mais perversas de racismo se propagasse no Brasil, aquela mascarada pelo status democrático, cuja aceitação e compreensão das diferenças não passam de pura dissimulação.
Alguns estudiosos apontam que este mito teria sido um dos mecanismos de dominação ideológica mais poderosos produzidos no país, tanto que, apesar de toda a crítica que a ele foi feita, o mito permanece bem atual.

Racismo Hoje

Podemos constatar que o racismo é a representação de uma desigualdade étnico-racial que atinge o Brasil de forma vergonhosa e assustadora desde o período colonial. A raça negra foi cruelmente massacrada, humilhada e escravizada com base no racismo. Os livros de história contam detalhadamente os episódios de sofrimento e servidão deste povo, mas não expõem a história da África e do povo negro antes da escravidão. Existe uma grande lacuna a este respeito. Os livros didáticos, na sua grande maioria, dão maior ênfase aos episódios de humilhação e dor ocorridos com os negros no Brasil, mas não relatam as conquistas e como era a vida deste povo, quando em liberdade na África. Vale lembrar que, deste continente, surgiram grandes civilizações. A história desta raça, suas origens, cultura e antepassados, merecem respeito e atenção.A criança negra, na escola, só tem acesso à história de seus antepassados como um povo escravo, humilhado e inferior. Então, é compreensível que queira esconder ou anular suas origens e sua cor. Os colegas de classe dessa criança, pertencentes a outras raças, aprenderão o mesmo conteúdo racista, desencadeando todo um processo de preconceito étnico e racial. As escolas ensinam que os negros foram escravos e que, no dia 13 de maio de 1888, a princesa Isabel do Brasil e o conselheiro Rodrigo Augusto da Silva assinaram a Lei Áurea extinguindo assim, a escravidão no Brasil. Mas, a abolição não ocorreu efetivamente, pois, ainda hoje, o negro é visto como subalterno e de raça inferior. E, as principais mantenedoras deste "status quo" é a educação e a mídia.

Bibliografia:

FERNANDES, Florestan, O Mito Revelado, art. Publicado em Folhetim de São Paulo, 1980, reeditado na Revista Espaço Acadêmico Ano II nº 26 – 2003.
GUIMARÃES, Antonio Sérgio. Classes, raças e democracia. São Paulo: Editora 34, 2002.
DA MATA, Roberto – “A Fábula das 3 Raças ...” in Relativizando. RJ, Rocco, 1987


quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Casanova, Moon e Bá na Marvel

A Marvel anunciou o relançamento de Casanova, série de ficção científica criada por Matt Fraction junto aos desenhistas brasileiros Fábio Moon e Gabriel Bá. Anteriormente lançada pela Image, a série agora passa a ser reeditada desde o início pelo Icon, selo para trabalhos autorais da Marvel.
Bá e Moon como sempre dão um show de representação gráfica como só eles sabem dar e Matt Fraction pode se redimir do seu trabalho mediano em x-men já que agora tem total liberdade artística!
Casanova #1, programado para julho, terá como extra uma nova história de Casanova Quinn, escrita por Fraction e ilustrada por Moon.
As novas histórias da série começam na oitava edição, quando termina o segundo arco, originalmente publicado pela Image Comics. O terceiro arco terá edições de 32 páginas.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Nova editora no mercado de hqs




O produtor de cinema Jason Netter, com ajuda dos quadrinistas Jimmy Palmiotti e Larry Young, está fundando a editora de quadrinhos Kickstart Comics. Ela já começa com planos grandes: promete 24 álbuns em um ano, sair das tradicionais comic shops para vender na rede de lojas Walmart e, é claro, futuras adaptações para o cinema e a TV.

Sete álbuns já foram anunciados no site da editora e mais quatro em entrevista de Netter à Variety. Todos são de autores pouco conhecidos ou novatos nos quadrinhos. Segundo entrevista com Palmiotti e Young no Comic Book Resources, "o que há de interessante na abordagem da Kickstart é que não se busca grandes nomes, mas sim conceitos interessantes e talentos singulares na prancheta".

Netter, por sua vez, diz que o "modelo de negócios dos quadrinhos não é nada bom. O dinheiro só vem mesmo quando você transforma eles em filmes, séries de TV e videogames. Você nem paga as contas com o primeiro lançamento. Definitivamente é algo que você tem que amar de paixão".

Segue a lista de lançamentos anunciados. Confira alguns previews na galeria:

•Bad Guys, de Phil Eisner
•Rift Raiders, de Mark Sable
•Hero Complex, de Adam Freeman e Marc Bernardin
•Witch, de Terry Matalas e Travis Fickett
•Heavy Water, de Jonathan W.C. Mills e Alberto Muriel
•Bombhead, de B. Clay Moore e Kevin Mellon
•Mirror, Mirror, de Joshua Williamson e Lee Moder
•Ward 6, de Kevin Fox e Salvador Navarro
•Headache, de Lisa Joy e Jim Fern
•Maximum High, de Mark Haven Britt e Chad e Dara Creasey
•Endangered, de Josh Williamson e Juan Santacruz
Jason Netter produziu O Procurado, está envolvido nas adaptações de The Boys, Preacher, Crossed e outras, além de ter trabalhado com Palmiotti no filme e seriado de Painkiller Jane e com Young no piloto do seriado Nobody, que nunca foi ao ar.

Já os dois quadrinistas trazem à Kickstart sua experiência como editores; Palmiotti já comandou a Event Comics e a linha Marvel Knights ao lado de Joe Quesada, enquanto Young ainda é proprietário da pequena editora AiT/Planetlar.

Os álbuns começam a sair em novembro nos EUA, ao ritmo de quatro por mês.
Site da editora:
www.kickstarcomics.com

fonte: Omelete

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Motos em minuatura

O Visual stempunk fica por conta do material usado na confecção das "máquinas": sucata de relógio; tudo isto é obra do brasileiro José Geraldo Reis Pfau.












segunda-feira, 5 de julho de 2010

Heróis e Justiceiros da vida real

Revistas e filmes sempre abordaram o tema “heróis da vida real”, já vimos até alguns justiceiros do cotidiano (quem não lembra do famoso lindomar o subzero brasileiro); Agora imagine pessoas comuns que vestem uniformes coloridos (ou não), e saem por aí tentando fazer do mundo um lugar melhor pra se viver! tudo no maior estilo watchmen! independente de ser uma demonstração de coragem ou uma grande idiotice as pessoas tem feito isso, só nos EUA hoje são em média 180 pessoas que dedicam sua vida ao heroísmo e mais ou menos 70 pelo resto do mundo:
Um deles, o “Master Legend“,aos 42 anos, divide seu tempo entre a distribuição de alimentos e suprimentos médicos para os sem-teto e combater pedófilos, traficantes, estupradores e assassinos (no mano-a-mano mesmo).“Eu vou onde a maioria das pessoas nunca querem ir”, declarou o mascarado.
Já Geist de Minnesota foca seu trabalho em defender os transeuntes de sua cidade com patrulhas noturnas diárias (haja energético para não pegar no sono). Alguns, inclusive, foram inspirados no "11 de Setembro". "O que é Osama Bin Laden senão um supervilão escondido em sua caverna, criando esquemas para nos destruir?", pergunta Green Scorpion (Escorpião Verde), um vingador que vive no Arizona.

A maioria deles não dispõem de muitos recursos tecnologicos, alguns usam seus carros ou motos no "serviço" além de material protetor, outros se uniram em associações locais; tentando unir todos esses salvadores sob uma única bandeira, grupos como a Organização Mundial de Heróis e a Rede de Heróis, que possui um fórum online em que mais de 200 combatentes do crime trocam táticas ("devo usar máscara?"), dicas de patrulha ("como identifico uma gangue de rua?") e conselhos/feedback, as discussões variam desde qual uniforme usar ou qual tipo de colete a prova de balas é mais eficiente. É...tem que ter coragem mesmo!

sábado, 26 de junho de 2010

Onde guardar a cultura

pense nisso!


fonte: tongo comics




sábado, 19 de junho de 2010

“O racismo certamente existe no Brasil e ele tem uma dimensão histórica considerável.” afirma relator da ONU.



O senegalês Doudou Diène, relator da ONU visitou o Brasil e afirma:
As Ações afirmativas e o sistema de cotas são fatores essenciais para o combate ao racismo praticado no Brasil:

“O Racismo no Brasil está presente no plano econômico, social e político. Isso inclui a educação, habitação e todos os indicadores sociais. Pode-se verificar no Brasil manifestações concretas e materiais do racismo. Uma das mais importantes é a própria invisibilidade dessas comunidades na estrutura de governo, da economia e dos meios de comunicação. É como se o Brasil vivesse em dois mundos no mesmo país. Há o mundo da rua, multicultural, vibrante e caloroso. Mas no que diz respeito às estruturas de poder, há um Brasil diferente, que não reflete essa diversidade, caracterizado pelo ocultamento de comunidades de ascendência africana e indígena, entre outras. Vi o mesmo nos meios de comunicação. Depois de gostar muito da rua brasileira, as imagens que vejo na TV parecem que vêm do cosmo. Não correspondem à rua. O Brasil tem uma peculiaridade que já observei em outros lugares onde existe também essa discriminação histórica: quando o mapa da organização social e política coincide com o mapa das etnias marginalizadas, é sinal de um racismo estrutural muito forte. Só que o racismo não se resume a isso. Existe também no âmbito cultural, dos valores e das identidades. E aí também percebi que o impacto do racismo é muito forte. Muita gente que efetivamente pertence a determinado grupo não quer ser vista como negra ou de outra determinada etnia. E quando em um país as pessoas se recusam a reconhecer aquilo que elas são é porque a ferida do racismo é muito marcada e a negação de si próprio, de sua identidade, é a expressão dessa discriminação. Percebi também que o aspecto cultural foi usado no Brasil como máscara e como álibi do racismo. Em Salvador, há uma grande vitalidade cultural da comunidade de ascendência africana, como a música, a culinária e o candomblé. No entanto, esse vigor multicultural não se traduziu em uma diminuição do racismo na cidade, nem na sua estrutura política.
As ações afirmativas são a única maneira de corrigir as injustiças. É a única forma de se trazer igualdade em um país com uma discriminação histórica tão profunda como a brasileira. Populações inteiras foram marginalizadas, apesar de sua competência ou qualidade, por conta de sua raça ou etnia. É preciso que haja ação afirmativa para corrigir essa injustiça tão forte. A ação referida deveria ser ampliada a outros setores da sociedade e não apenas à universidade. Vou aconselhar para que elas sejam estendidas para o plano político e também para o serviço público. Os partidos precisam ter opções de candidatos das comunidades. Depois, o próprio sistema democrático resolve se os elege ou não.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Senado aprova projeto que cria Estatuto da Igualdade Racial, porém com alterações.



Por: João Deyvid


No texto, o relator manteve apenas a expressão cor porque, segundo ele, a ideia de raça fomenta o preconceito e discriminação. Entre os artigos retirados estão o que criava um sistema de cotas raciais nas universidades públicas; o que dava incentivos fiscais a empresas para a contratação de negros e o que abria a possibilidade para que os negros fossem indenizados pelo Estado em função do que viveram no passado.
.
“Eu defendo o meu país e não vou de forma alguma aprofundar a divisão racial no Brasil. Não vou jogar negros contra brancos. O meu objetivo é acudir aos mais pobres, independentemente da sua cor”, declarou o relator do projeto, senador Demóstenes Torres (DEM-GO)

Bom, para bom entendedor... leia-se:

"Eu defendo os brancos do meu País e não vou de forma alguma dar espaço para o negro exigir seu direito no Brasil. Não vou deixar os negros vencerem os brancos. O meu objetivo é manter o "status quo" hierárquico racial no Brasil embasado num sistema de cor", declarou, subliminarmente, o relator do projeto, senador Demóstenes Torres (DEM-GO)

terça-feira, 15 de junho de 2010

Racismo e discriminação em nossas escolas



Antropólogo fala da discriminação das crianças negras nas escolas e convida a sociedade a rever seus valores para construir um país mais justo e mais rico.

O antropólogo Kabengele Munanga, em entrevista exclusiva à Raça Brasil, faz um alerta contra a discriminação e os preconceitos raciais nas escolas. Professor titular do Departamento de Antropologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, ele nasceu em 1942, na República Democrática do Congo e se naturalizou brasileiro em 1985.

Estudioso e pesquisador incansável da temática negra no Brasil, Kabengele lembra que um racismo caracterizado pelo silêncio criminoso e pelo falso mito de democracia racial impede a conscientização e a necessária mobilização da população. A saída? “Temos que encontrá-la juntos”, garante, buscando estratégias políticas e econômicas que visem ao bem de todos. Kabengele Munanga é autor de dezenas de livros, entre os quais Rediscutindo a Mestiçagem no Brasil, da Editora Vozes. Ele também organizou a obra Superando o Racismo na Escola, publicada pelo MEC.

RAÇA BRASIL – Como o senhor avalia a situação da criança negra, hoje, no País?
KABENGELE MUNANGA – O racismo no Brasil mantém os negros em péssimas condições socioeconômicas e dificulta seu acesso à educação de boa qualidade e ao mercado de trabalho, entre outros prejuízos. A conseqüência disso é que as crianças, já maltratadas pelo baixo poder aquisitivo dos pais, também sofrem ao entrar no ensino público. O sistema foi construído com base na realidade da minoria abastecida, ou seja, da classe média brasileira. Assim, além de serem excluídas das escolas particulares, não recebem, nas unidades públicas, tratamento adequado ao seu desenvolvimento intelectual e emocional.

RB – Até na escola ela sofre desvantagem?
KM – Sem dúvida. Todos os preconceitos e as discriminações que permeiam a sociedade brasileira são encontrados na escola, cujo papel deve ser o de preparar futuros cidadãos para a diversidade, lutando contra todo tipo de preconceito. Mas, na prática, ela acaba é reforçando o racismo.

RB – E como o senhor explica esse processo?
KM – Na maioria das vezes, os professores não estão preparados para lidar com as diferenças e muitos deles já se mostram predispostos a não esperar o melhor resultado do estudante negro e pobre. E tem também a questão do programa curricular e do próprio livro didático, que, além de privilegiarem a cultura européia, transmitem preconceitos de várias naturezas: de classe, de cor, de raça, de religião... Tudo isso fortalece os mecanismos de exclusão e impede que a escola cumpra seu verdadeiro papel, que é o de educar, socializar e formar verdadeiros cidadãos.

RB – O racismo da escola é pior do que o das ruas?
KM – É igual. Mas torna-se mais grave na escola porque se trata de um espaço público, e o aluno está ali para aprender. Por isso, o preconceito tem um impacto mais direto sobre a criança. Esse racismo à moda brasileira — menos explícito que nos Estados Unidos — prejudica o processo de formação de consciência e mobilização da própria vítima.

RB – Até o ensino da História é discriminador, não é verdade?
KM – Para se ter uma idéia da gravidade dessa questão, o departamento de História da Universidade de São Paulo, a maior do País, até pouco tempo não tinha professor para ensinar História da África. Foi preciso que o movimento negro e outras entidades pressionassem para que isso acontecesse.

RB – As crianças negras não conhecem sua própria história...
KM – Exatamente. E isso aprofunda sua alienação. Ela abre os livros, lê a história de outros povos e não vê a sua. Ou seja, fica sem passado. Os outros povos estão lá: os portugueses, italianos, japoneses... A dedução natural dessa criança, ainda que inconsciente, é: não sou parte da História, portanto não pertenço à humanidade.

RB – E em relação à escravidão?
KM – Alguns livros didáticos falam do papel do negro no Brasil como escravo, mas não mostram sua participação concreta na sociedade brasileira, seu espaço na economia. O negro não trabalhou só nas plantações. Trabalhou nas artes, na mineração. Aliás, foram os negros que ensinaram aos portugueses as técnicas de mineração. Essas coisas não são ditas. O silêncio também é uma forma de racismo.

RB – Isso dificulta a construção de uma identidade nacional?
KM – Claro. A diversidade é uma riqueza e não deveria criar problemas. Não podemos construir a identidade brasileira a partir de uma única cultura, considerada superior, que é a ocidental. A criança precisa aprender na escola como os portugueses, os japoneses, os negros contribuíram para o desenvolvimento do País. E que nenhuma dessas contribuições é melhor do que a outra.

RB – A imagem negativa acaba interferindo no aprendizado?
KM – Muitas vezes a criança já chega na escola como derrotada. Ela já tinha a auto-estima baixa. Aí os preconceitos e as discriminações que aconteciam na vizinhança e na comunidade se reforçam e se repetem na sala de aula. Isso mina o processo de aprendizagem.

RB – Vem então a repetência, a evasão, a sensação de fracasso...
KM – Costuma vir também a constatação racista de que o negro é menos inteligente. Um completo absurdo. O que acontece é que a criança simplesmente não encontra no espaço da escola condições adequadas para se desenvolver intelectualmente. Além disso, existe o despreparo dos professores, o conteúdo dos livros didáticos, a discriminação, a cultura elitista. Tudo isso contribui para que essa criança se sinta insegura, desestimulada e acabe se mostrando incapaz.

RB – E as crianças brancas? Como se comportam em relação às colegas negras?
KM – Em alguns casos, reagem com certa estranheza, que pode ou não evoluir para um comportamento preconceituoso. Ninguém nasce racista. Crianças negras, em sua maioria, moram bem longe dos bairros de classe média branca. É difícil esses meninos conviverem. Com isso, brancos, negros, todos nós acabamos sendo vítimas. Um sistema social caracterizado pelo racismo precisa sempre criar novos racistas para se manter. Assim, a sociedade reproduz carrascos com pouca chance de escolha.

RB – Esse nosso racismo à brasileira, como o senhor chama, deve deixar a criança bastante confusa.
KM – A humilhação e os estragos são enormes. Eu costumo dizer que o preconceito é um iceberg, e a gente só vê a ponta. Nada é explicitado à criança, mas o tom da voz, os gestos ou mesmo o silêncio dizem que ela é um ser inferior. E o discurso, ao contrário, afirma que somos todos iguais. Precisamos assumir que somos um país racista.

RB – Como assumir?
KM – Temos o mito da democracia racial. Olhem o exemplo do Pelé. Dizem, é verdade, que o Pelé conseguiu ser respeitado, venceu vários obstáculos, tornou-se um ídolo. Mas sua ascensão tem limites. Hoje, por mais que quisesse, ele não seria eleito presidente da República. O preconceito existe e é muito forte. Alguns acreditam que a discriminação acontece apenas por razões econômicas, porque o negro, no Brasil, é pobre. Eu afirmo o contrário disso: o negro continua pobre e marginalizado, justamente por causa dos preconceitos.

RB – Dá para explicar melhor essa relação?
KM – As pesquisas comprovam: um cidadão brasileiro branco e um cidadão brasileiro negro com o mesmo nível de formação têm uma diferença salarial em torno de 30%. Já uma mulher negra ganha, em média, 46% a menos que o homem branco. Logo, há racismo na sociedade brasileira. E a primeira condição para se lutar contra ele é assumi-lo.

RB – O processo de mestiçagem no Brasil ajuda ou atrapalha?
KM – A mestiçagem faz parte da história da humanidade. Por todas as partes onde os seres humanos se encontraram, existem as relações inter-raciais. O que não existe é raça pura. Até populações em guerra, como os americanos e os vietnamitas, deixaram mestiços. E também não podemos ser contra as uniões, os casamentos entre pessoas de raças diferentes. O que preocupa, isso sim, são aqueles que se sentem derrotados diante do processo de dominação e buscam a miscigenação como única saída. Tentam “branquear” a família para sofrer menos. Temos que aceitar que somos racistas e lutar coletivamente até encontrar nosso caminho.

RB – Já avançamos no sentido de encontrar esse caminho?
KM – A transformação é lenta, mas conseguimos muitas coisas. Temos uma lei que pune ações racistas. Os editores de livros didáticos também já foram convidados a rever suas obras pelo Ministério da Educação. Existem mudanças curriculares aqui e ali, mas precisamos caminhar mais.

RB – Racismo na escola, na mídia, nas ruas... A família acaba sendo, então, o único porto seguro da criança negra?
KM – O papel dos pais é fundamental nesse processo todo, embora nem sempre eles consigam assumir os comportamentos adequados. Alguns negros se identificam tão profundamente com a imagem negativa de inferioridade que passam isso para os filhos. Os pais que dizem à criança que somos todos iguais, somos filhos de Deus também não ajudam a enfrentar a realidade. Ela vai encontrar obstáculos, discriminação, sem estar preparada para isso. Deveriam ensiná-la a lutar pelos seus direitos, não a baixar a cabeça. Um dos papéis fundamentais dos pais é o de reforçar a auto-estima da criança. Ela precisa gostar de si, saber que tem apoio e que pode derrubar muitas barreiras, sim. Ainda que seja difícil.

http://www2.uol.com.br/simbolo/raca/1000/entrevista.htm

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Coletânea de aventuras do Escapista


Mestre do subterfúgio, inimigo da tirania e campeão da liberdade: ele é o Escapista.

Diretamente do seu abrigo secreto nos subterrâneos do teatro Empire, ele e sua equipe única de assistentes vagam pelo globo realizando feitos incríveis de mágica e ilusão para ajudar todo aquele que estiver sofrendo com as correntes da opressão.

O personagem está em As Incríveis Aventuras do Escapista (formato 16,5 x 24 cm, 192 páginas), da Devir, uma verdadeira homenagem à história dos quadrinhos e, em especial, ao livro As Incríveis Aventuras de Kavalier & Clay, de Michael Chabon, no qual dois jovens quadrinhistas fictícios (inspirados nos criadores dosuper-homem) criam o Escapista no auge do surgimento dos super-heróis nos Estados Unidos dos anos 1930.

As HQs dessa edição foram escritas e desenhadas por diversos autores: Eric Wight, Howard Chaykin, Kevin McCarthy, Steve Lieber, Glen David Gold, Gene Colan, Scott Morse, Brian K. Vaughn, Roger Petersen, Harvey Pekar, Dean Haspiel, Jason Hall, Chris Offutt e Thomas Yeates.

A obra traz ainda a última história em quadrinhos produzida por Will Eisner, na qual o Escapista encontra o Spirit.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Simples assim.

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Por: João Deyvid

Este é o cálculo simplificado que teoriza a elaboração dos posts do Opus deyvid, é algo semelhante ao que o Ozymandias fazia para entender o mundo a sua volta, uma overdose de informação cultural (e banal) que vai de Ivan Jaf a Lenine, e/ou Basquiat a Scorsese, entendeu?! bom eu menos ainda! . Devido ao grande número de mensagens que o blog recebe, escolher os temas é sempre tarefa difícil, os pedidos variam muito já que a bordagem do blog é bem ampla, mas fico muito grato pela participação de todos (inclusive dos descontentes com o blog, mas que não deixam de acompanhar). O blog ficou algumas semanas parado ( muito trabalho), mas está voltando hoje a sua rotina!!

terça-feira, 25 de maio de 2010

25 de Maio, dia da África


O "continente negro" celebra hoje , 25 de Maio, 47 anos desde a criação, em Addis Abeba (Etiópia), da Organização de Unidade Africana (OUA), em carta assinada por 32 estados africanos já independentes na altura.

O acto constituiu-se no maior compromisso político dos líderes africanos, que visou a aceleração do fim da colonização do continente.

No dia 25 de Maio de 1963 reuniram-se 32 Chefes de Estado africanos com ideias contrárias à subordinação a que o continente estava submetido durante séculos (colonialismo, neocolonialismo e "partilha da África").

Dessa reunião, nasceu a OUA (Organização de Unidade Africana). Pela importância daquele momento, o 25 de Maio foi instituído pela ONU (Organização das Nações Unidas), em 1972, Dia da Libertação de África.

O dia representa também um profundo significado da memória colectiva dos povos do continente e a demonstração do objectivo comum de unidade e solidariedade dos africanos na luta para o desenvolvimento económico continental.

A criação da OUA traduziu a vontade dos africanos de converterem-se num corpo único, capaz de responder, de forma organizada e solidária, aos múltiplos desafios com que se defrontam para reunir as condições necessárias à construção do futuro dos filhos de África.

Entretanto, de todos esses pressupostos, é facto reconhecido que a libertação do continente do jugo colonial e o derrube do regime segregacionista do Apartheid, durante anos em vigor na África do Sul, foram eleitas como as tarefas prioritárias da OUA.

Como a OUA mostrou-se incapaz de resolver os conflitos surgidos continuamente em toda a parte do continente, os golpes de estado tornaram-se uma prática.

A construção de uma verdadeira unidade entre os países membros é ainda inexistente, sendo exemplos disto os golpes de estados e as guerras civis no continente.

Economicamente, os indicadores também estavam longe de serem animadores, concorrendo para isso a própria instabilidade militar e as múltiplas epidemias.

Assim, a 12 Julho de 2002, em Durban, o último presidente da OUA, o sul-africano Thabo Mbeki, proclamou solenemente a dissolução da organização e o nascimento da União Africana, como necessidade de se fazer face aos desafios com que o continente se defronta, perante as mudanças sociais, económicas e políticas que se operam no mundo.

Contudo, resolveu manter a comemoração do Dia de Africa a 25 de Maio, para lembrar o ponto de partida, a trajectória e o que resta para se chegar à meta de “uma África unida e forte”, capaz de concretizar os sonhos de “liberdade, igualdade, justiça e dignidade” dos fundadores.

Outro objectivo principal da UA continuará a ser a unidade e solidariedade entre os países e povos de África, defender a soberania, integridade territorial e independência dos seus Estados membros e acelerar a integração política e socioeconómica do continente, para realizar o sonho dos “pioneiros”, que em 1963 criaram a OUA.

Dos 54 estados africanos, 53 são membros da nova organização: Marrocos se afastou voluntariamente em 1985, em sinal de protesto pela admissão da auto-proclamada República Árabe Saharaui, reconhecida pela OUA em 1982.

Apesar de se registarem actualmente em África alguns conflitos de carácter político, pode-se dizer que a maioria dos países do continente possuem governos democraticamente eleitos.

De uma forma geral, os governos africanos são repúblicas presidencialistas, com excepção de três monarquias existentes no continente: Leshoto, Marrocos e Swazilândia.

Parcerias são formadas diariamente ao abrigo da NEPAD (Nova Parceria para o Desenvolvimento da África), um instrumento da União Africana que se baseia em relações e acordos bilaterais num ambiente de transparência, responsabilização e boa governação.

A África tem aproximadamente 30,27 milhões de quilómetros quadrados de terra. Ao norte é banhado pelo Mar Mediterrâneo, ao leste pelas águas do oceano Índico e a oeste pelo oceano Atlântico. O sul do continente africano é banhado pelo encontro das águas destes dois oceanos.

É o segundo continente mais populoso do Mundo (depois da Ásia), com aproximadamente 800 milhões de habitantes.

Basicamente agrário, pois cerca de 63 porcento da população habita no meio rural, enquanto somente 37 % mora em cidades. No geral, é um continente que apresentando baixos índices de desenvolvimento económico.

O PIB (Produto Interno Bruto) corresponde a apenas um porcento do produto mundial. Grande parte dos países possui parques industriais poucos desenvolvidos, enquanto outros nem sequer são industrializados, vivendo basicamente da agricultura.

O principal bloco económico é a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), formada por 14 países: Angola, África do Sul, Botswana, República Democrática do Congo, Lesoto, Madagáscar, Malawi, Ilhas Maurícias, Moçambique, Namíbia, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe.

Para saudar a data, que se comemora este ano sob o lema "2010, ano da paz e da segurança", realizam-se em Angola várias actividades, destacando-se o colóquio internacional, dedicado "A Paz e Segurança em África", a realizar-se no Centro de Convenções Talatona, em Luanda.